quarta-feira, 3 de junho de 2009

ARTIGO DE ABERTURA - Ordens - Sociedades - Etc...

>> Em todos os tempos e lugares, os homens sempre se reuniram em sociedades, ordens, fraternidades, confrarias, irmandades e associações para compartilharem de interesses em comum. Essas organizações assumem invariavelmente o cunho religioso, político, comercial, financeiro, cultural, filosófico, social e outros. Algumas assumem declaradamente o rótulo de secretas, sigilosas ou simplesmente discretas, outras são de caráter público e notoriamente aberto nos seus princípios, conceitos e fundamentos. Mas todas têm uma coisa em comum, é a necessidade humana de estar juntos, e através do grupo, seja ele qual for, poder de alguma forma dividir, compartilhar e não se sentir sozinhos na busca ou no uso-fruto das ideologias, cristãs, pagãs, atéias, políticas, culturais, filosóficas ou sociais.

>> É da natureza humana essa vontade, essa necessidade comum de se reunir, de dividir e compartilhar e que é também, mais do que natural que essa forma de agrupamento de pessoas sustente algo mais do que o simples fato de estarem juntas por algum propósito. Esse algo mais é reconhecido nas entrelinhas das razões pelas quais nos confraternizamos em associações, tenham elas que denominação tiverem. Essas entrelinhas por vezes escapam aos menos atentos mas sinalizam em luz discreta a necessidade básica de companhia, o dispersar da solidão, e o desejo, a busca, o conhecimento do secreto do desconhecido, daquilo que não é do alcance de todos, e mais ainda, o preenchimento, ou pelo menos a sensação de algo no lugar comum do vazio evitado por todos nós.

>> A religião em particular assume o papel de prover os elementos que comporão os ingredientes místicos e de fé que pretendem suprir esse vazio, dando plena vazão a esperança futura, mas a própria religião em si mesma, nada mas é que uma forma de confraternização entre pessoas de, e com, interesses em comum. Outras, e mais outras formas subsistem em meio a essa profusão de agrupamentos rotulados, de entidades e organizações, até mesmo a negação a essa ou aquela ideologia, quando se torna uma associação de pessoas voltadas a esse princípio, é também uma forma de preenchimento do vazio e da solidão, associado a necessidade de compartilhamento e de busca incessante pelo desconhecido, pelo que escapa a noção vulgar de todos.

>> Assim, sob essa ótica, devemos sim, a despeito das muitas e variadas formas de agrupamentos e de suas ideologias, termos o respeito e a tolerância necessária para conviver com, e, em meio a esses agrupamentos, nos agrupando e nos confraternizando com outros de semelhantes fins que os nossos. Mesmo as formas mais restritas de agrupamentos e de associações de pessoas em torno de uma ideologia, aquelas formas com fórmulas prontas, absolutas e de conceitos inquestionáveis, em detrimento de outras que se preparam e buscam elementos que contribuam para seu aprimoramento, não fogem a regra. São da mesma forma que as demais, uma forma de busca e de afirmação que supri e gera, que catalisa e impulsiona o ser humano na direção do desconhecido, da busca por si mesmo, da sua própria compreensão e identidade universal antes mesmo que a busca pela coisa exterior.

>> Nada pronto, feito, acabado, definitivo, a metamorfose humana prosseguirá independe dos rótulos que dermos as nossas organizações, do caráter que assumirmos, e dos conceitos e princípios que fundamentem nossas expectativas pessoais, ressonando indubitavelmente em uma ou outra forma de confraternização.

>> A busca pelo desconhecido, ou, pelo não sabemos o que, parece de longe e em linguagem simplificada ao extremo, ser, se não a razão da existência humana, pelo menos uma das razões de existirmos. A razão da vida pode ser interpretada como viver, propagar-se, multiplicar-se. A vida em sua mais secreta natureza não tende a aniquilar-se, e sim a sobreviver, e isso em detrimento as intempéries naturais ou as tentativas frustradas externas, interpretadas de instinto aniquilador, mas que são na verdade formas não perceptível ao entendimento do vulgo, de modificação, adaptação e metamorfose. A inevitável transformação a gerar e gerar e gerar vida em profusão. Diferentemente de viver, o existir se interpreta pela busca constante, incessante e ininterrupta. Existir seria dessa forma, apenas uma das muitas natureza da vida e a busca tão somente uma das muitas natureza do existir. Busquemos então para justificar nossa existência, e, existamos assim, para justificar a vida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

SOBRE NOSSA ORGANIZAÇÃO - SLP

>> A organização Sociedade Livres Pensadores, não é de nenhuma forma uma sociedade fechada, com fins lucrativos ou de caráter político, e nem religioso. Não se assemelha a uma ordem doutrinária ou faz escola. É uma sociedade livre e independente, de caráter social e cultural, nos termos da democracia, impulsionada pela pesquisa e o estudo do conhecimento, e que visa o ajuntamento de pessoas com interesses afins em prol do pensamento e da análise, para uma melhor compreensão dos fatos e das coisas, facultando assim um melhor entendimento das relações. Está aberta a todos, sem restrições de raça, cor ou sexo, salvo se o interessado (a) tiver menos de 18 anos.

>> Nossa sociedade atua no campo do conhecimento através de estudos e pesquisas, que podem conter palestras, depoimentos, debates, análises, entrevista, visita e experiência a outras entidades e organizações fora do âmbito de nosso convívio e relações, etc. Os temas ou assuntos são os mais variados possíveis, e embora nossa sociedade deva respeito a todas as ideologias e manifestação de crenças possíveis, não exclui de seus debates a questão política, filosófica ou religiosa. História, ciência, saúde, comportamento e outros temas são alvos dessas pesquisas estudos e debates, bem como arte, cinema e literatura. O objetivo é ampliar o conhecimento e nunca a formação de novos conceitos. Induzir, formar escola ou doutrinar não é e não pode ser nunca do caráter de nossa organização.

>> É princípio de nossa sociedade não isentar nenhum tema do confronto com o pensamento livre, no entanto a sociedade deixa claro que a intenção dos questionamentos é a compreensão e o entendimento do processo de aceitação e nunca a negação desses princípios ou fundamentos, reservando-se o direito de não permitir o debate pessoal em particular nas dependências de seus domínios, deixando claro que se combate idéias e não pessoas. O respeito e a tolerância são princípios que devem ser sempre observados por todos os membros de nossa organização, mesmo quando em relacionamentos sociais e atividades rotineiras, fora do âmbito de nossa organização.

>> Aberta e tolerante, no que diz respeito a ideologias e crenças pessoais, e sem restrições rígidas na admissão de novos membros ao nosso quadro de associados, nossa sociedade prima por alguns compromissos que devem ser aceito e assumido por todos que dela fizerem parte. Estes princípios fundamentais que com certeza garantem o bom relacionamento entre nossos membros e destes com outras pessoas são conhecidos oportunamente quando da admissão de um novo membro ao nosso quadro de associados. Não há um juramento, pois não somos uma ordem, mas há um compromisso fraterno entre seus associados, um acordo entre cidadãos.

>> Assim explícito, toda pessoa que de livre e espontânea vontade se propuser a entrar para nossa organização será bem vindo, desde que despojado de preconceitos e de verdades absolutas, pois o questionamento como ferramenta de conhecimento nas pesquisas, estudos e debates de grupo o colocaria em posição de desconforto, indignação e constrangimento, e este não é o objetivo de nossa sociedade. Curiosos e especuladores não encontrarão ambiente no seio de nossa organização.